O que é doença ocupacional: entenda, previna e atue com responsabilidade

Veja quais são as doenças ocupacionais mais comuns e entenda as condições de saúde no trabalho que mais causam afastamentos no país.
o que é doença ocupacional

A segurança e a saúde no ambiente de trabalho são pilares de uma empresa que se preocupa com seus trabalhadores e busca resultados sustentáveis. Assim, quando esses pilares falham, surgem condições que podem comprometer o bem-estar físico e mental da equipe — entre elas, as doenças ocupacionais. Mas afinal, o que é doença ocupacional? Quais são suas causas, como a legislação trata o tema e o que a empresa pode fazer para prevenir?

Neste artigo, vamos responder a essas e outras perguntas essenciais para quem atua com segurança do trabalho, gestão de pessoas e prevenção de riscos. Continue lendo!

O que é considerado doença ocupacional?

Doença ocupacional é toda enfermidade adquirida ou desencadeada em função das atividades desempenhadas no ambiente de trabalho ou pelas condições em que ele é realizado. Ela pode surgir de forma gradual, como resultado da exposição contínua a agentes físicos, químicos, biológicos ou mesmo psicossociais.

Segundo o artigo 20 da Lei nº 8.213/91, há dois tipos principais de enquadramento:

  • Doença profissional: diretamente relacionada à natureza da atividade exercida (por exemplo, perda auditiva em trabalhadores expostos a ruído intenso).
  • Doença do trabalho: vinculada às condições do ambiente de trabalho, ainda que não seja típica da função (como transtornos mentais causados por jornadas exaustivas).

Qual a diferença entre doença do trabalho e doença ocupacional?

A doença ocupacional é um termo guarda-chuva que engloba tanto as doenças profissionais quanto as doenças do trabalho. Ou seja, toda doença profissional ou do trabalho é uma doença ocupacional, mas a origem de cada uma delas é o que as diferencia:

TipoOrigem
Doença profissionalRelação direta com a função exercida
Doença do trabalhoCondições inadequadas do ambiente laboral

Essa distinção é importante para fins legais, sobretudo na concessão de benefícios previdenciários e reconhecimento da responsabilidade da empresa.

Tipos e exemplos de doenças ocupacionais

As doenças ocupacionais podem afetar diferentes sistemas do corpo humano e se manifestam de diversas formas. A seguir, alguns dos tipos mais comuns:

  • Físicas: lesões por esforço repetitivo (LER), distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), perda auditiva induzida por ruído (PAIR).
  • Químicas: intoxicação por solventes, metais pesados, amianto.
  • Biológicas: hepatite, tuberculose, COVID-19 (quando comprovada a exposição no ambiente laboral).
  • Psicossociais: estresse crônico, burnout, depressão.

Quais são as doenças ocupacionais mais comuns?

De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab/Ministério Público do Trabalho), as doenças ocupacionais mais notificadas no Brasil incluem:

  • Transtornos osteomusculares (LER/DORT);
  • Transtornos mentais e comportamentais (burnout, depressão);
  • Doenças respiratórias ocupacionais (como asma e silicose);
  • Perda auditiva por exposição ao ruído;
  • Doenças de pele causadas por contato com agentes químicos.

Além disso, essas doenças impactam diretamente a produtividade e o clima organizacional, além de gerar custos para o sistema de saúde e para as empresas.

O que diz a lei sobre doença ocupacional?

A legislação brasileira trata das doenças ocupacionais principalmente na Lei nº 8.213/91, que rege os benefícios da Previdência Social. Entre os principais pontos:

  • A doença ocupacional equipara-se ao acidente de trabalho para fins legais.
  • O trabalhador tem direito a estabilidade de 12 meses após o retorno do afastamento.
  • É obrigatória a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para registro do caso.
  • A empresa pode ser responsabilizada civil e penalmente, caso fique comprovada a negligência em relação às condições de trabalho.

Além disso, a NR-7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e a NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) definem diretrizes importantes para a gestão da saúde ocupacional.

Como abrir CAT por doença ocupacional?

A CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) deve ser emitida sempre que houver suspeita ou confirmação de doença ocupacional. Veja os passos:

  1. Identificação do caso: o trabalhador apresenta sintomas ou laudo médico com possível relação com a atividade profissional.
  2. Avaliação médica: o médico do trabalho realiza a análise clínica e ocupacional.
  3. Preenchimento da CAT: deve ser feito pela empresa, sindicato, médico ou pelo próprio trabalhador.
  4. Envio ao INSS: o documento deve ser enviado preferencialmente em até 1 dia útil após o diagnóstico.

Mesmo que a empresa não reconheça o nexo causal, a emissão da CAT é obrigatória para garantir os direitos do trabalhador e a análise pericial do INSS.

Como prevenir doença ocupacional na empresa?

A prevenção deve ser estratégica, contínua e integrada à cultura da empresa. Algumas boas práticas incluem:

1. Mapeamento de riscos

Identifique os perigos presentes nos ambientes de trabalho e classifique os riscos por intensidade e frequência.

2. Ações de controle

Implemente medidas técnicas (ventilação, barreiras físicas), administrativas (pausas regulares, revezamento de tarefas) e o uso correto de EPIs.

3. Monitoramento da saúde

Realize exames periódicos, campanhas educativas e acompanhe indicadores de adoecimento.

4. Treinamentos e campanhas

Capacite trabalhadores e líderes sobre saúde mental, ergonomia, segurança química e outros temas relevantes — a SIPAT é uma excelente oportunidade para fortalecer essa cultura.

5. Ambiente de escuta

Crie canais de comunicação acessíveis para que os trabalhadores possam relatar desconfortos, sintomas ou sugestões de melhoria.

Conclusão

Entender o que é doença ocupacional é essencial para qualquer empresa comprometida com a integridade de seus trabalhadores. Portanto, além de uma obrigação legal, prevenir essas doenças é uma estratégia inteligente para melhorar a produtividade, reduzir custos e fortalecer a cultura de segurança.

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