Cultura de segurança: descubra o que é e como criar uma na sua empresa.

Será que a segurança do trabalho é uma prioridade comum entre os membros da sua equipe ou ainda é vista como um conjunto de regras? 

O que é uma cultura?  

Antes de entrarmos no conceito “cultura de segurança”, é importante darmos um passo para trás: você provavelmente sabe o que é cultura, mas será que a definição desse termo está na ponta da língua?  

Vamos lá: cultura é o conjunto de características, conhecimento, crenças, moral e costumes de uma comunidade ou de um grupo.  

Quando pensamos nesse conceito de forma prática, fica mais fácil entender: pense na cultura mineira, na cultura baiana ou até mesmo na cultura do seu time de futebol do coração. Você consegue notar as semelhanças entre os membros desses grupos? Consegue notar as tradições que foram estabelecidas por essas comunidades de pessoas? 

Pois bem… vamos adiante! 

Então, do que se trata uma cultura de segurança?  

Uma empresa pode dizer que possui uma cultura de segurança madura quando os valores, crenças e costumes partilhados pelas equipes priorizam a segurança do trabalho. Ou seja, é como se a segurança não fosse um conjunto de regras distante, mas um valor forte, uma prioridade entre os trabalhadores, em todos os setores. 

Quando a cultura de segurança é madura e bem estabelecida, existe uma percepção compartilhada de que a segurança é essencial e deve ser valorizada. Nesse cenário, as pessoas estão verdadeiramente comprometidas com a promoção da segurança. 

Sinais de que a cultura de segurança na sua empresa é imatura

Agora que você já entendeu o que é uma cultura de segurança e como é o cenário de uma empresa que possui uma cultura de segurança madura, que tal observar o ambiente ao seu redor para perceber se onde você trabalha a cultura ainda é imatura?  

Veja só alguns sinais de que a empresa possui uma cultura de segurança imatura:  

  • Gestão focada no reativo: a empresa só reage. Atua em prol da segurança apenas quando algum acidente acontece; 
  • A segurança é imposta pelas lideranças: as pessoas acreditam que a segurança é uma regra imposta pelas lideranças, e que quem não obedecer pode sofrer consequências; 
  • O uso de EPIs é o único fator de destaque: as lideranças e os trabalhadores acreditam que pelo simples fato de os EPIs estarem em uso constante, a cultura de segurança é adequada; 
  • Cultura do medo: os trabalhadores não se sentem confortáveis para apontar riscos, pois sentem que serão prejudicados com isso. 

Características de uma cultura de segurança madura  

Por outro lado, quando a cultura de segurança já alcançou um bom nível de maturidade, algumas características podem ser percebidas de forma clara. Veja só alguns pontos:  

  • Segurança é um valor: a segurança faz parte das crenças do funcionário. É um conceito abraçado e priorizado pelas pessoas, de forma que atuar em prol da segurança já não é mais uma forma de cumprir regras, mas um objetivo pessoal e coletivo. 
  • Os trabalhadores cuidam ativamente da segurança dos colegas: todos acreditam que trabalhar em segurança é a melhor escolha. Por isso, cuidam também da segurança dos colegas, observando o comportamento dos outros com o intuito de contribuir e alcançar melhorias contínuas. 
  • Pessoas têm liberdade de relatar riscos: em uma cultura de segurança madura, os trabalhadores se sentem seguros para contribuir. As equipes não agem por medo, mas buscam apontar os pontos de melhoria para seus gestores. 
  • Líderes são engajados: a segurança é um fator primordial para os líderes e, por isso, eles fazem questão de cuidar dos trabalhadores. 

Como criar uma cultura de segurança na empresa? 

Criar uma cultura de segurança – ou melhor, desenvolver a sua cultura de segurança e torná-la madura – não é uma tarefa fácil. Existem degraus que precisam ser subidos através de conquistas progressivas – e esse caminho deve ser percorrido sem pressa. 

O modelo de Hudson apresenta 5 estágios de cultura e, para chegar no nível mais alto, é preciso passar por todos os anteriores, de forma a preparar o terreno para as próximas evoluções.  

Da mesma forma que em uma construção é impossível realizar o acabamento antes da fundação, em uma construção de cultura de segurança não é adequado se preocupar com o último estágio antes do primeiro. Faz sentido? 

O primeiro passo é identificar em qual estágio a sua empresa está. A seguir, veja só as 5 etapas desenvolvidas por Hudson, baseadas no estudo de Westrum: 

– Estágio patológico: nessa fase a empresa não se interessa por questões de segurança. Cumprir a legislação é a única iniciativa. 

– Estágio reativo: nessa etapa as ações tomadas são respostas aos acidentes, como forma de remediação. 

– Estágio calculativo: nessa fase já existe um sistema de gerenciamento de riscos e as ações relacionadas à segurança são calculadas, de forma a relacionar os incidentes com os custos monetários para a empresa. 

– Estágio proativo: aqui a cultura de segurança já existe e as ações de segurança são realizadas continuamente, mas os valores ainda não são internalizados. 

– Estágio construtivo: esse é o patamar ideal, já que nessa fase a segurança é uma verdadeira prioridade. O comportamento seguro está integrado a todas as ações, de todos os setores, em todas as equipes. 

Ah, é importante destacar que a evolução de um nível para o outro se dá através do aumento da confiança e da melhoria da comunicação entre todos os setores da empresa. 

De acordo com o autor do modelo, a cultura de segurança só é existente nos dois últimos estágios dessa evolução. 

Quando você identificar em qual estágio a sua empresa se encontra, você poderá agir! Pontue os tópicos que precisam ser melhorados com mais urgência e trabalhe com a sua equipe para gerar essas mudanças progressivas.  

Nestor W Neto, o convidado do episódio do Conversa Segura, é especialista em Cultura de Segurança e afirma que “para a melhoria cultural ser bem-sucedida, normalmente começamos focando em, no máximo, 5 itens por vez. “ 

Segundo Nestor, alguns exemplos de itens a serem trabalhados são: a comunicação, o engajamento, a ação da liderança, as regras de segurança e a atuação do departamento de SST. 

Veja o episódio completo 

Se você quer mais dicas sobre cultura de segurança, clique veja o episódio completo do nosso podcast sobre esse assunto. Com certeza você vai conseguir tirar muitas reflexões e ideias para aplicar onde você trabalha. 

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